Uma igreja ressurgiu na vila de San Roman, na Catalunha, nordeste da Espanha, por conta da seca que afeta a região — há 36 meses as chuvas estão abaixo da média. A construção fica no reservatório de Sau, que tem seu menor volume de água desde 1990.
A situação, no entanto, não deve melhorar tão cedo, segundo a Agencia Estatal de Meteorologia (Aemet).
A primavera de 2023, que começa nesta segunda-feira (20) no hemisfério norte, terá clima mais seco e quente do que o normal ao longo da costa nordeste do Mediterrâneo, que inclui a Catalunha. Como resultado, os riscos de incêndios florestais aumentam, mesmo com chuvas em outras partes do território espanhol.
“Esta é uma área que poderíamos descrever como terra de ninguém porque não está sendo afetada pelas tempestades vindas do Atlântico e do Mediterrâneo”, disse Ruben del Campo, porta-voz da Aemet, referindo-se ao nordeste da Espanha.
Ele apontou as mudanças climáticas como um dos principais fatores. “As ondas de calor nesta área geográfica do planeta são mais frequentes, estão aumentando com mais frequência do que em outras regiões”, afirmou.
A seca na Espanha, medida em 12 meses, não é pior do que em 2017, 2012 e 2005. Mas o nível médio de água nos reservatórios da Catalunha é de apenas 27%, ligeiramente acima do nível em partes da região sul da Andaluzia.
No início de março, após 25 meses sem chuvas significativas, o governo catalão pediu para a maioria de seus sete milhões de habitantes reduzir o uso de água em 8% em casa, 15% na indústria e 40% na agricultura.