Conheça a história do biribol, esporte que ‘nasceu’ no interior de São Paulo

Muitas pessoas não sabem, mas o biribol foi criado por um morador do interior de São Paulo. O professor e empresário Daniel Miguel Pedro inventou a modalidade na década de 1960.

Inicialmente chamado de frescobol, o esporte foi ganhando regras e medidas específicas, além de um nome inspirado na cidade natal: Birigui.

Para os leitores que não entenderam ainda, biribol é a junção de Birigui com a palavra bola. O esporte é praticado dentro da piscina. O “campo” das duas equipes é dividido por uma rede, semelhante ao voleibol, porém com algumas características diferentes.

O criador da modalidade morreu em 2021, aos 85 anos, em decorrência da Covid-19, mas o g1 conversou com a mulher que foi casada com Dario para resgatar a história do biribol. Teresinha Pontes Miguel lembra bem como surgiu a ideia de criar o esporte.

“Ele tinha amigos que se reuniam em uma casa com piscina, mas não gostava de beber e fumar, então sempre entrava na água. Um dia apareceu uma bola, e ele começou a brincar. As pessoas se interessaram e entraram também”, conta a viúva.

Segundo Teresinha, a brincadeira foi ficando mais séria, já que para decidir quem ganharia o jogo, seria necessário colocar algumas regras. Foi então que Dario decidiu passar um cordão no meio da piscina, como se fosse uma rede.

“Ele sempre gostou de esportes: jogava futebol, vôlei. Por isso, começou a colocar algumas regras básicas, puxando algumas coisas do vôlei. Foi assim que foi surgindo”, afirma.

De acordo com Teresinha, Dario passou a investir ainda mais na modalidade, montando um time e criando campeonatos. Ela acompanhava as partidas e percebeu o crescimento do biribol, que, na época, caiu no gosto das pessoas da região.

“Jogava vôlei por causa dele, e nós nem éramos casados ainda. Temos um casal de filhos, e o meu filho pratica esporte, vive fazendo torneios. Ele gosta demais, puxou ao pai. A gente tinha muito orgulho disso tudo. Nunca briguei e falei nada por ele ficar viajando para torneios. Eu e ele dávamos valor naquilo que o outro gostava, e ele tinha paixão pelo biribol”, diz Teresinha.

Confederação dedicada ao biribol

Dario repassou o legado para Fabiano de Souza Oliveira, de 45 anos, que, atualmente, é presidente da Confederação Nacional de Biribol. Amigo da família, ele tornou o esporte ainda mais conhecido após a morte de seu inventor.

“Uma semana após a morte, a Teresinha e os filhos me chamaram. Eles falaram que o Dario tinha dito que a única pessoa que poderia tocar o biribol com seriedade seria eu. Então, tive acesso ao acervo”, comenta.

Fabiano assumiu a Confederação Nacional de Biribol há cinco anos. Ele conta que passou a criar possibilidades para deixar o biribol ainda mais conhecido.

“A Confederação foi uma evolução da Associação Brasileira de Biribol. Foi uma questão de estratégia. Com a criação da Confederação, ganhamos a certificação do Governo Federal e começamos a fazer os campeonatos, como a Copa Brasil de Biribol, a Copa Master, o Brasileiro Feminino. Temos equipes no Brasil inteiro”, explica o presidente.

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