Um relatório da ONU divulgado nesta segunda-feira (20) diz que cerca de 43 mil pessoas morreram em meio à maior seca registrada na Somália em 2022. Metade das vítimas provavelmente eram crianças menores de 5 anos.
A previsão é de que a seca, que assola grandes partes do Chifre da África, mate entre 18 e 34 mil pessoas só nos primeiros seis meses de 2023. “A crise atual está longe de terminar”, afirma o documento.
A Somália e os vizinhos Etiópia e Quênia estão enfrentando a sexta temporada consecutiva sem chuvas. A situação é agravada pelo aumento dos preços globais dos alimentos, fator impactado diretamente pela guerra na Ucrânia.
“Esses resultados apresentam um quadro sombrio da devastação causada pela seca às crianças e suas famílias”, disse Wafaa Saeed, representante da agência das Nações Unidas para a infância, ao apresentar o relatório na capital da Somália, Mogadíscio.
Segundo autoridades humanitárias e climáticas, neste ano, as tendências são piores do que em 2011, quando a fome matou 250 mil pessoas no país. “A taxa de mortalidade estava aumentando no fim do ano [passado]”, disse Francesco Checchi, um dos responsáveis pelo estudo.
As populações mais atingidas estão em Bay e Bakool, no sudoeste da Somália, e entre os deslocados que fugiram para Mogadíscio. Estima-se que o número de descolados por conta da crise seja de 3,8 milhões de pessoas, um recorde.