Violência marca novo capítulo de conflitos por terra no Paraná

O conflito entre indígenas e policiais da Força Nacional em Terra Roxa, foi registrado na última sexta-feira (6). As imagens mostram o grupo com arcos e flechas atacando os policiais, que em seguida revidam com tiros.

 

Na confusão, um dos policiais foi feito refém. Ele luta, mas é agredido e tem o fuzil roubado. Na fuga, um índio aponta arma aos agentes e fogem em um carro de cor escura. Tudo isso ocorreu na Fazenda Brilhante, invadida no começo de julho.

 

A propriedade foi adquirida pela família em 1966 e até 2015 era usada para produção de gado de corte, depois disso foi arrendada para outra família, que trabalha com cultivo de grãos. Além da Fazenda Brilhante, outras oito propriedades rurais estão invadidas no Oeste. A situação preocupa as autoridades agrícolas da região.

 

O fuzil foi recuperado ainda na sexta-feira (6) após negociações conduzidas pela Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública, FUNAI (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Procuradoria da República no Paraná e Representante do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

 

Em nota, o Governo do Estado lamentou, novamente, a escalada de violência que vem acontecendo na região, devido as ocupações de indígenas a diversas áreas produtivas. Desde o início do conflito, a Secretaria de Estado da Segurança Pública reforçou o policiamento com equipes especializadas do Batalhão de Polícia de Choque, Batalhão de Polícia Militar da Fronteira e patrulhamento aéreo.

 

Em reuniões com os Ministros da Justiça e Segurança Pública e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, no final do mês de julho, o governador Ratinho Junior já havia reforçado a necessidade de buscar respostas rápidas às invasões indígenas nas cidades que fazem fronteira com o Paraguai.

 

O Sindicato Rural de Terra Roxa, emitiu nota afirmando que desde 1902 a região entre Terra Roxa e Guaíra não abrigava qualquer etnia guarani e que o ex-vereador de Cascavel e atualmente um dos diretores da Itaipu, Paulo Porto, foi quem introduziu seis famílias no início dos anos 2000, no local conhecido como Porto dos Pecadores.

 

Também em nota, Paulo Porto respondeu as acusações, dizendo que repudia as informações, consideradas por ele como levianas. Também destaca que a região é cortada pelos rios Piquiri e Paraná, ambos como nomes indígenas, e que tem um sítio arqueológico do século XVI com presença indígena comprovada, rebatendo a nota do Sindicado Rural de Terra Roxa de que não havia índios na região.

 

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