Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deverão integrar a comitiva do presidente Lula na viagem à China. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o presidente terá compromissos na China nos dias 28, 29 e 30 deste mês.
A programação inclui, por exemplo, reunião com o presidente chinês Xi Jinping em Pequim e a visita à sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), em Shangai – o Brasil indicará a ex-presidente Dilma Rousseff para ser a nova presidente da entidade. O NBD é o banco do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. E a agenda de Lula no país envolverá a busca por investimentos em áreas como energia e educação, além da assinatura de acordos de cooperação entre os dois países em diversas áreas, como agricultura.
Além de Pacheco e Lira, a comitiva de Lula na China também deve incluir ministros e empresários, entre eles Joesley Batista, envolvido em um grampo em 2017 com o então presidente Michel Temer.
À época, o episódio levou a Procuradoria-Geral da República a denunciar Temer ao Supremo Tribunal Federal, mas a denúncia foi rejeitada pela Câmara dos Deputados, e o STF não analisou a questão.
A viagem de Lula à China acontece em meio à guerra na Ucrânia, que começou no ano passado após tropas russas invadirem o país. A China é aliada da Rússia.
Lula tem condenado a guerra, defendendo que os dois países cheguem a um acordo de paz – a Rússia já informou publicamente que analisa a proposta de paz defendida pelo presidente brasileiro.
Paralelamente a isto, o presidente chinês, Xi Jinping, desembarcou em Moscou nesta segunda-feira (20) para ter uma reunião com o colega russo Vladimir Putin.
Na avaliação do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, diante desses fatos, o momento da visita de Lula à China é “muito bom” para que os dois presidentes discutam uma saída para a guerra.
“O presidente [Lula] tem falado sobre a importância da paz, de se falar sobre a paz. […] E há outros movimentos, você teve a apresentação da proposta chinesa, que não vou entrar no mérito, e você tem a notícia do presidente Xi Jiping vai a Moscou. Então, todos esses elementos criam uma massa crítica para uma boa conversa entre os dois [Lula e Xi Jinping]. Então, eu acho que será uma visita que ocorre num momento muito bom para esta conversa”, declarou Eduardo Saboia, secretário do Itamaraty para Ásia e Pacífico.