A Polícia Federal lançou, nesta terça-feira (12/11), a Operação Pó de Serra, uma ação de grande escala com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa atuante no tráfico de cocaína. A operação mobilizou cerca de 160 agentes federais e resultou na emissão de 63 mandados judiciais pela 1ª Vara Federal de Guaíra.
Os mandados, que incluíam 36 de busca e apreensão e 27 de prisão preventiva, foram cumpridos em diversos municípios, entre eles Umuarama, Guaíra, Maringá, Rolândia, Amambai, Naviraí e Mundo Novo. Além disso, 11 mandados de prisão preventiva foram inseridos no sistema de Difusão Vermelha da Interpol, devido à localização de alguns dos alvos no Paraguai.
A investigação, iniciada no final de 2023, teve como ponto de partida a prisão em flagrante de um casal em Guaíra, que transportava 53 kg de cocaína com destino a Umuarama. Durante o inquérito, foi possível vincular 11 flagrantes de tráfico de drogas à organização criminosa. No total, quase uma tonelada de cocaína foi apreendida. No entanto, estima-se que, desde 2020, o grupo tenha transportado mais de 20 toneladas da droga.
A investigação revelou que os motoristas da organização normalmente carregavam a droga em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e a transportavam até a região de Katueté, através de uma rodovia brasileira que atravessa as cidades de Amambai, Tacuru e Sete Quedas, no Mato Grosso do Sul. Dentro do Paraguai, os criminosos decidiam se retornavam ao Brasil pela região de Guaíra ou Foz do Iguaçu, no Paraná, distribuindo a droga em diversas cidades, incluindo Umuarama, Maringá, Curitiba e cidades em Santa Catarina, como Balneário Camboriú, Itajaí e Joinville.
Para tentar evitar a detecção, a organização utilizava homens e mulheres, simulando serem um casal, na tentativa de dissimular o verdadeiro propósito da viagem em caso de abordagens policiais.
Com o objetivo de descapitalizar a organização criminosa, foi determinado o sequestro de bens móveis e imóveis, além do bloqueio de contas no valor de até R$ 389 milhões, vinculadas a 31 investigados.
A operação contou com o apoio do Grupo de Investigações Sensíveis da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (GISE/SENAD/PY), do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) da Polícia Militar do Paraná e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (TIGRE) da Polícia Civil do Paraná.
Os envolvidos na operação enfrentam acusações de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa. Se condenados, as penas máximas somadas podem ultrapassar 55 anos de prisão.
CGN