As autoridades de saúde dos EUA dizem que colírios podem ter provocado a morte de uma pessoa e deixado diversas outras gravemente feridas devido a uma contaminação bacteriana resistente a medicamentos.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (a agência americana de saúde pública CDC, na sigla em inglês) identificaram 68 pacientes em 16 Estados americanos com uma cepa rara de Pseudomonas aeruginosa.
A cepa nunca havia sido encontrada nos EUA antes deste último surto.
Além de uma morte, oito pacientes sofreram perda de visão e quatro precisaram ter seus olhos removidos cirurgicamente.
A maioria dos pacientes diagnosticados com a infecção relataram o uso de colírios e lágrimas artificiais, de acordo com o CDC.
Dez marcas diferentes foram identificadas como possivelmente ligadas ao surto, disse o CDC. Colírios fabricados na Índia e importados para os EUA sob duas marcas foram retirados das prateleiras em janeiro e fevereiro.
Em janeiro, o CDC alertou as pessoas a pararem de usar as lágrimas artificiais EzriCare e da Delsam Pharma. No mês seguinte, a empresa proprietária das marcas — a Global Pharma — fez um recall voluntário seguindo uma recomendação da Food and Drug Administration (FDA), agência sanitária do governo americano.
Frascos abertos por pacientes foram submetidos a testes. O CDC detectou a bactéria nas amostras. Frascos fechados estão sendo examinados em laboratório para determinar se a contaminação ocorreu durante o processo de fabricação.
Na semana passada, uma mulher na Flórida processou a empresa farmacêutica, alegando que uma infecção que ela sofreu após usar o produto obrigou os médicos a remover um de seus olhos.
Um advogado da mulher atribuiu a contaminação à falta de conservantes no colírio.
“Provavelmente há muito mais pessoas que sofreram infecções que não sabem”, disse a advogada Natasha Cortes à rede NBC News.