O plantio da safra 2024/2025 já começou. Os tratores estão puxando as semeadeiras e com elas o sonho dos produtores rurais em uma boa safra. No entanto, os custos para a produção da soja têm gerado preocupações entre os agricultores. Segundo dados do projeto Campo Futuro, realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o custo operacional, incluindo semente, adubo e outros insumos, é de aproximadamente 100 sacas por alqueire. Quando se incluem despesas com depreciação da área, maquinário e mão de obra, esse custo sobe para 189 sacas por alqueire.
Esses cálculos levam em consideração a soja cotada a US$ 10,00 por bushel e um câmbio de R$ 5,70. Para Nelson Gafuri, presidente do Sindicato Rural de Toledo, esses números implicam num cenário é desafiador para quem está começando a safra 2024/2025. “O agricultor precisa tomar o máximo de cuidado para não errar no plantio. O custo é assustador”, alertou. O panorama se torna ainda mais complexo para aqueles que têm áreas arrendadas.
As informações foram apresentadas em evento na Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), onde também foram discutidos os custos de produção do milho da safra anterior, mas que serve de base para repercutir na atual em fase de implantação. Nesse contexto, os números também chamaram a atenção, especialmente pelo impacto econômico que revelam.
Em relação ao milho, Gafuri destacou que a viabilidade financeira da cultura é questionável. “Muitas vezes plantamos soja e milho sem contabilizar o trabalho do agricultor. A família toda trabalha e não recebe salário”, comentou.
O custo para o plantio do milho, seja na safra de verão ou na safrinha, segundo avalia o presidente do Sindicato Rural de Toledo é praticamente o mesmo, girando em torno de 203 sacas por alqueire. Porém, para Gafuri, esses valores não representam o custo total, que pode chegar a 377 sacas por alqueire, dependendo da cotação de mercado. “Se pagar o arrendamento da terra, fica inviável”, reforça.
Gafuri alerta para a importância de um planejamento criterioso antes de iniciar o plantio. Ele recomenda a realização de cálculos detalhados, análises de solo, tentar economizar ao máximo e ter muito atenção aos pacotes de insumos oferecidos no mercado. “Se a germinação for boa, com umidade adequada no solo, já temos 50% da colheita garantida. A arrancada é crucial para garantir uma boa safra e, depois, uma safrinha promissora”, pondera.
SEGURO CARO
Levando-se em conta os custos de produção das lavouras, a contratação de seguro está apresentando um custo elevadíssimo e que impacta na rentabilidade dos negócios. Gafuri observa que o seguro está caro para o produtor e compara como um arrendamento. “Nos outros países eles fazem essas contas de incluir todas as despesas de depreciação e mão de obra. Vamos supor que nos Estados Unidos o custo final fosse de 189 sacas por alqueire, nesse exemplo, o governo banca a diferença. Mas aqui no Brasil quem faz seguro está pagando ‘renda’ para as seguradoras. No preço que o seguro está hoje, é praticamente um arrendamento”, critica.
Sindicato Rural de Toledo