Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram emplacar o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes no governo de São Paulo. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), entretanto, vetou.
Vieira Gomes está no centro do escândalo envolvendo as joias de luxo que uma comitiva do governo Bolsonaro tentou trazer ao Brasil sem declarar às autoridades.
Como o blog revelou, o ex-chefe da Receita atuou pessoalmente, sem sucesso, para liberar os itens apreendidos pelos fiscais no Aeroporto de Guarulhos – colar, brincos, relógio e anel da marca Chopard avaliadas em mais de R$ 16 milhões.
Após perder a eleição, e na mesma semana da última tentativa do resgate das joias, o governo Bolsonaro nomeou Vieira Gomes para o recém-criado cargo de adido tributário em Paris. O posto foi extinto quando Fernando Haddad assumiu o Ministério da Fazenda.
Entre os parlamentares que atuaram em favor de um cargo para o ex-chefe da Receita Federal em São Paulo estão alguns integrantes da bancada evangélica.
Segundo esses políticos, Vieira Gomes é visto como um aliado na busca por anistia a dívidas tributárias, anulação de multas aplicadas pela Receita Federal e ampliação das isenções de impostos para igrejas.
Governo de SP virou principal alvo de bolsonaristas
Com a derrota de Bolsonaro, o governo de SP virou o principal alvo de bolsonaristas para tentar acomodar nomes ligados ao grupo.
Tarcísio nomeou alguns:
- Ex-assessor da Presidência da República, José Vicente Santini foi nomeado assessor especial;
- Ex-ministro da Fazenda, Paulo Guedes foi anunciado como presidente de um conselho na área econômica;
- Ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União, foi nomeado controlador-geral do Estado.
Procurado, o governo de São Paulo confirmou que houve pedidos de deputados por um cargo para o ex-chefe da Receita, mas não do ex-presidente da República nem de outro integrante da família Bolsonaro.