O adolescente de 15 anos que estava internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, após ser atingido por disparo de arma de fogo no bairro de Massaranduba, recebeu alta na tarde deste sabado (18), conforme informações do pai da vítima.
Quando ainda estava internado, ele relembrou o momento de terror que passou ao ser ferido.
“No primeiro tiro eu sai correndo, quando eu menos esperei, eu já estava baleado. Tinha recebido uma bala nas costas que atravessou das costas para o abdêmen, e comecei a perder a velocidade, me apoiei na parede. Uma pessoa me ajudou, me carregou até um certo ponto e me botou sentando, e pediu ajuda”, disse o garoto.
Na ocasião, moradores contam que três pessoas foram atingidas por policiais militares, que chegaram no bairro efetuando tiros de arma de fogo. Dois dos feridos são adolescentes. O terceiro, não foi identificado e não há informações sobre o estado de saúde dele.
O outro garoto ferido, conforme contaram as testemunhas, aguardava para entrar no campo e participar da partida de futebol. Atingido no quadril de raspão e no tornozelo, ele foi levado para um hospital particular. Apesar de já estar de alta, deve fazer cirurgia, conforme detalharam os moradores.
Por meio de nota, a Polícia Militar não confirma a versão dos moradores sobre os três baleados. Informou apenas que realizava rondas pelo bairro quando recebeu denúncia de que homens armados estariam na localidade conhecida como “Boi”. Ao chegarem no local, eles teriam encontrado suspeitos que dispararam contra os PMs e houve troca de tiros. No local, foram encontrados um carregador de pistola e 17 munições.
A versão da PM sobre revide é negada pelos moradores. Segundo eles, a travessa São Francisco, em Massaranduba, onde fica o campo é distante pelo menos 600 metros do local onde a PM aponta ter ocorrido troca de tiros.
“Não houve troca de tiros de ninguém, só eles atiraram. Não fez abordagem em ninguém. Quem era para proteger a gente não está podendo proteger. Quem era para gente poder confiar, a gente não pode confiar mais, porque tá chegando assim e atirando. A gente não pode mais brincar um baba, se distrair no campo brincar de bola, jogar nem nada”, desabafou outro adolescente que mora no bairro.